A menina que abraça o vento

A história de uma refugiada congolesa

A menina que abraça o vento – a história de uma refugiada congolesa é inspirada em histórias reais de meninas refugiadas da República Democrática do Congo, que frequentavam a sede da Cáritas no Rio de Janeiro. Foi dali que a autora se inspirou para criar a protagonista Mersene, uma menina que fugiu dos conflitos em seu país e tenta driblar a saudade do pai que ficou para trás.

Escrito pela jornalista Fernanda Paraguassu e ilustrado por Suryara Bernardi, o livro infantil foi lançado no fim de 2017, durante uma campanha de financiamento coletivo e, aos poucos, foi conquistando leitores de várias idades em diferentes lugares. Parte da renda obtida com a venda do livro ajuda famílias em situação de refúgio no Rio de Janeiro, como resultado do projeto de contrapartida solidária “Um por um” da Editora Voo. Para cada exemplar vendido de A menina que abraça o vento, 5% da receita é revertida ao PARES Cáritas RJ. 

Com os recursos ingressados durante a pandemia de Covid-19, foi possível beneficiar cerca de 300 famílias em situação de vulnerabilidade. “Essa grande doação certamente fez muita diferença naquele momento tão difícil de pandemia, especialmente para os refugiados, que vivem um contexto econômico muito grave, para além de todo medo e preocupações”, comenta Aline Thüller, coordenadora geral do PARES Cáritas RJ. “Foi um apoio que chegou numa hora necessária e ajudou muito o trabalho que fazemos na Cáritas. Ficamos emocionados com esse projeto e com o apoio da editora e da própria autora.”  

O livro trata do conceito do refúgio ao mesmo tempo em que permite a identificação com a personagem, pois ela é apresentada como uma menina igual a tantas outras: uma criança que brinca e sonha, sempre em busca do afeto. “A falta de informação sobre o tema pode ser uma barreira para a integração das crianças refugiadas no país acolhedor e a literatura permite uma aproximação especial do leitor com a protagonista”, explica Fernanda. “A ideia da discussão levantada no livro é mostrar à criança como é o mundo onde ela vive”. 

Por meio do exercício da empatia, as crianças conseguem entender melhor a temática do refúgio e se colocar no lugar de quem passa por diversas mudanças e tem que se adaptar. Tanto que o livro fez parte da retomada do projeto “Refugiados nas Escolas” da Cáritas RJ, que promove encontros entre refugiados e jovens para estimular a empatia e combater o preconceito e a xenofobia nas escolas do Rio de Janeiro, e já atingiu mais de 6,7 mil estudantes. “Esse projeto é uma forma de alcançarmos as futuras gerações, trabalhando com elas a importância da defesa dos direitos humanos”, destaca Aline Thüller, coordenadora geral do PARES Cáritas RJ.  

A caminhada

Em quatro anos, o livro da Vooinho percorreu um longo caminho e fez parte de experiências criativas e inovadoras em escolas e eventos. Em 2018, foi da sala de leitura de uma escola pública no município fluminense de Itaguaí, passando por semanas literárias em escolas particulares da capital, até roda de leitura em evento sobre migrações e refúgio promovido pelo Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CFCH-UFRJ). Foi tema de trabalhos acadêmicos, como o artigo “Kombo na Ngaï Mersene: abordando migrações através da literatura infantil nos anos iniciais”, que tratou do uso do livro em aulas de Geografia na Educação Básica de uma escola pública em Florianópolis. “Após ouvirem a história de Mersene, as crianças tiveram uma percepção mais nítida sobre o lugar onde elas habitam e os problemas enfrentados pelos refugiados que chegam ao Brasil”, conta Gabrielle Rosinski, uma das quatro professoras da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) que assinam o artigo, apresentado no VII Encontro Nacional das Licenciaturas (ENALIC), em Fortaleza, no Ceará. 

No ano seguinte, o livro ganhou adaptação em braile, criada artesanalmente pela pedagoga Gisela G. de Carvalho, que leciona no Instituto de Cegos Padre Chico, em São Paulo. Ultrapassou fronteiras durante o lançamento no VII Seminário Internacional de Estudos Fronteiriços, em Mato Grosso do Sul, em 2019, com a participação de professores que trabalham em regiões de fronteira na Bolívia e no México. No mesmo ano, foi tema de bate-papo na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), a convite do Sesc e passou a integrar a BiblioSesc, um projeto de biblioteca itinerante que percorre o país com um acervo de mais de 3,5 mil livros. Foi ainda selecionado como destaque do mês de novembro para o Cantinho da Leitura do Itaú Cultural e vencedor do edital “Eu Faço Cultura”, realizado pela Secretaria Especial de Cultura do governo federal, que distribui gratuitamente produtos culturais em todo o Brasil. 

Foi ainda o ponto de partida para o trabalho de Mestrado da autora em Comunicação e Cultura na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Narrativas de infâncias refugiadas: a criança como protagonista da própria história” foi vencedora do Prêmio Compós, na categoria Melhor Dissertação, em 2021.

Traduções

  A menina que abraço o vento – a história de uma refugiada congolesa começa a alçar voos pelos mundo afora. Em 2023, ganhou traduções para o inglês e o francês e está disponível na Amazon em formato digital e impresso sob demanda. “É uma alegria ver que essa história poderá chegar a muito mais gente”, afirma a autora. 

A tradução para o inglês foi escrita por Letizia de Lannoy Kobayashi, que mora há mais de 20 anos no Havaí, onde cursou MBA e Master of Science na University of Hawaii at Manoa. A tradução para o francês foi feita por Lucie Josephe de Lannoy, professora do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução do Instituto de Letras da Universidade de Brasília. 

Você encontra o livro A menina que abraça o vento – a história de uma refugiada congolesa no site da Editora Vooinho e também na Amazon nos idiomas inglês e francês. Também no site da editora você acessa o manual do professor com sugestão de atividades para usar o livro em sala de aula. 

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